quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O MACACO E O ESPELHO

O macaco viu-se ao espelho,
Chamou os outros macacos,
Todos quiseram o espelho,
e o espelho ficou em cacos...
O macaco, zangadinho,
Mordeu os outros macacos
Logo os macacos mordidos
Pelo macaco sem caco
lhe saíram ao caminho,
e muito, muito ofendidos,
agarraram o macaco
e puxaram-lhe o rabinho.
Tudo por causa dum espelho...
O espelho ficou em cacos,
Ficou o macaco sem espelho
e zangaram-se os macacos.

Sidónio Muralhailustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A pequena bruxinha e os seus óculos mágicos

As bruxinhas são meninas como as outras. Nem sempre estão em forma, nem sempre têm vontade de rir, de meter medo às pessoas, ou de adormecer belas princesas.
Também lhes acontece terem gripe, ou otites, ter dores nos pés por causa de sapatos novos, ou dores de barriga por terem comido demasiado guisado de gato preto ou creme de abóbora.
Algumas são muito tímidas; outras roem as unhas, ou têm vertigens quando estão em cima da vassoura.
Ninguém fala delas nos livros de histórias, porque estão escondidas em casa.
Conheci uma que era tão míope que não via mesmo nada. Nem sequer um palmo diante dela. Tudo lhe parecia turvo como uma nuvem de fumo. Por causa da sua miopia, esta feiticeirinha já tinha tido acidentes de vassoura terríveis.
Um dia, em plena tempestade, tinha-se enfiado num relâmpago e chegou a casa toda pretinha. Numa outra ocasião, tinha falhado uma aterragem e tinha caído em plena sala de aula, em cima da cabeça da professora.
Também estivera no centro de um ciclone, enquanto as outras colegas fugiam dele a sete pés.
Por ver tudo nebuloso, mal conseguia ler o Grande Livro de Magia, o que lhe acarretava imensos problemas quando tinha de lançar sortilégios.
Tinha transformado o seu fiel gatinho num banco cor de laranja; tinha oferecido à irmã um ramo de cardos a julgar que eram rosas, e os cardos tinham transformado a irmã num pulgão; no Dia do Pai, oferecera uma garrafa de licor mágico ao pai, e o licor transformou-o em sapo. A mãe tinha tido que preparar um antídoto em cinco segundos, antes que alguém o pisasse.
— Já chega! — disse a mãe, um dia. Vou levar-te ao médico e ele vai receitar-te um belo par de óculos.
— Nunca — disse a feiticeirinha que, como todas as bruxinhas, era muito vaidosa.
— Vão rir-se de mim na escola Nunca se viu uma feiticeira de óculos. Nem a feiticeira Camomila, nem a madrasta da Branca de Neve, que era feíssima, mas tinha olhos de lince. Nem sequer a madrinha má da Bela Adormecida. Eram más, mas viam bem.
— Sofriam de outras coisas. A madrasta da Branca de Neve tinha um torcicolo horrível. A feiticeira Camomila tem o nariz vermelho e é um pouco surda. Tens sorte, tu. Vais ter um belo par de óculos e todos te invejarão. Serás a mais dotada das feiticeiras!
A bruxinha escolheu um bonito par de óculos, amarelos e redondos como dois sóis.
Agora até sentia que trazia luz nos olhos. Redescobriu o mundo que a rodeava. Como era muito míope, nunca tinha visto os olhos do seu gato preto a brilhar, o sorriso da sua mãe a cintilar, ou o seu pai a cofiar o bigode. Do alto da sua vassoura, a centenas de quilómetros da terra, conseguia ver tudo até ao mais ínfimo pormenor: as crianças que estudavam, ao mesmo tempo que sonhavam voar como pássaros; a professora que pensava no noivo, enquanto lia um ditado, um velhinho muito triste, porque o seu gato desaparecera.
É que agora a feiticeirinha conseguia ver o que os outros não viam. Até parecia que tinha óculos mágicos…
Como era belo o mundo! Aprendeu a fazer coisas fantásticas: devolveu o gato ao velhinho, transformou as lágrimas em sorrisos, as pedrinhas em bombons, as professoras em fadas, e os sapos em príncipes.
Tudo isto rendeu-lhe um “Excelente” na caderneta escolar. As colegas ficaram muitíssimo invejosas. Diziam, despeitadas:
— São óculos mágicos, óculos de fada!
É um facto que as feiticeirinhas só sonham em transformar-se em pequenas fadas. Assim, todas pediram às mães:
— Compra-me uns óculos! Não vejo nada!
E a feiticeirinha ria à socapa.
Ela sabia que não se tinha transformado em fada. Mas podia compreender tudo e ver tudo o que não compreendera nem vira antes. Tinha olhos de lince e podia agora admirar a beleza do mundo.
Às vezes, tirava os óculos. Tirava-os quando lhe apetecia ficar longe do mundo, repousar, ficar sem ver tudo e sem compreender tudo. Contudo, quando queria transformar-se na melhor das feiticeiras, quando queria aprender truques engraçados que ajudassem as pessoas, voltava a pôr os óculos mágicos.
Escusado será dizer que nunca mais aterrou em cima da cabeça das professoras.

Sophie Carquain
Cent histoires du soir
Paris, Ed. Marabout, 2000
fonte: Clube dos contadores de histórias

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

GIRAFA

Tenho pena da girafa
De pescoço grandalhão:
- Como é que a pobre se abafa,
tendo uma constipação?

Coitadinha da girafa!

Quando eu me constipo, posso
arranjar um cachecol.
Mas com aquele pescoço...
Safa!
Pobre da girafa!

- Vou oferecer-lhe um lençol.
Leonel Neves

ilustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dona Redonda 2

(continuação de outra msg anterior)

Iria e Bruno espreitam pelas grades de um jardim da casa à banda...

Iria - Que esquisito! Nunca vi uma casa assim.
Bruno - Até parece que a gente tem um defeito nos olhos, e vê tudo torto.
Bú pescando de um lago –



Úni, Úni, Úni,
Úni, dois e três,
Eram dois amigos
Compraram uma rês.
Depois dela morta,
Contaram vinte e três.
Úni, Úni, Úni,
Úni, dois e três,
Eram dois amigos
Compraram uma rês.
Depois dela morta,
Contaram vinte e três.



Caracol – Ui! que lá vem a Recantamplana!
Iria - É um cágado.
Recantanplana - U ... é! U ... é! Que é isto? Que é isto?!!!! Visitas! Visitas! Não tem olhos na cara, seu espantalho?
Bú- Espantalho será ela ... Vida de escravo... Nem a gente pode pescar com sossego... Não há liberdade... Mas há-de acabar. Olé! E a Recantamplana há-de ir ao ar com um foguete de sete respostas no rabo! Olé!
Búzi – Bú! Ó Bú!
Bú- Não posso lá ir! Cala a boca! Visitas! ... Queiram Vossas Excelências desculpar. Sejam Vossas Excelências muito bem-vindas. Dignem-se entrar. Aqui as visitas ou entram ou saem, aqui as visitas ou entram ou saem, aqui as visitas ou entram ou saem.
Bruno - Não somos visitas.
Bú - Ah se não são visitas! Então são mendigos. Aqui os mendigos ou entram ou saem, aqui os mendigos ou entram ou saem, aqui os mendigos ou entram ou saem.
Bruno – Não. Não, somos mendigos.
Bú – Ah! não são mendigos! Então são fornecedores. Aqui os fornecedores ou entram ou ... Já não percebo nada.
Bú – Búzi! Ó Búzi!
Búzi -.... Ora essa. Façam favor, façam favor, Excelências. Aqui as visitas nem entram nem saem.
Bruno - Não somos visitas.
Búzi - E que tem isso? Se não são visitas, são mendigos ou fornecedores. Aqui os mendigos e os fornecedores não entram nem saem.
Bruno - Nem visitas, nem mendigos, nem for­necedores. Só queríamos que...
Bú - Vês, Búzi? Aqui é que torce a porca o rabo.
Búzi – Não se fala de porcos sem se dizer “com licença”.
Bú - E tu já trocaste tudo. Não se diz não entram nem saem. Diz-se, ou entram ou saem.
Búzi - Não façam caso, Excelências. Ele não sabe o que diz.Aguesi – Búzi! Búzi! Então a carruagem!


Aguesi - Sejam muito bem-vindos. Queiram entrar.
Baguezi - Não sabemos quem são, mas é exactamente como se soubéssemos. Queiram consi­derar esta casa como sua.
Baguezi - Hão-de Vossas Ex.as notar a originalidade desta vivenda. Os grandes fidalgos hoje em dia têm de inventar sinais que marquem a sua categoria. Assim, pela minha parte, adoptei este sinal: Tudo à banda!
Iria - Pois é. Mas faz tonturas de cabeça, não faz?
Baguezi - Faz, mas é bom que ao entrar no solar de um fidalgo, toda a gente tenha tonturas de cabeça. ... Antes de mais nada, permitam-me Vossas Ex.as que me apresente e à minha ilustre esposa. Eu sou Fernando Augusto Simão Jaime Esculápio Baguezi; e ela é Ana Petronilha Anunciada Ambrósia Jerónima Aguezi. Com isto não é preciso dizer mais nada. Ali na carapaça da Recantamplana estão gravados os nossos brasões reunidos. Lá estão os célebres carneiros de chifres retorcidos dos Aguezis e os memoráveis texugos coroados deste seu criado.
Bruno - O brasão está muito bem pintado e o verniz parece de excelente qualidade.
Aguezi tocando uma campainha - A quem tenho o prazer e a honra de falar?
Iria - Eu sou a Iria.
Bruno - Eu sou o Bruno.
Aguezi - Lindos nomes. E de onde vêm?
Bruno - Vimos de muito longe, de muito longe... Andamos hoje todo o dia a cavalo para chegar a esta floresta.
Baguezi –Vê, Ana Petronilha, vê como a nossa fama anda espalhada pelo mundo? Uma jornada destas para nos virem ver!
Bruno – Hum...
Búzi e Bú entrando
Bú - Vê, Excelência? Eu cá entendi logo que a campainha era para os bolos.
Búzi - Mentira, seu trapalhão! Eu é que disse primeiro.
Bú - E quem se lembrou das groselhas?
Búzi - Já se vê que fui eu, seu intrujão das dúzias.
Bú - Intrujona é você!
Baguezi –Basta!!!!!!!!!!! Espero que não digam mal da afamada hospitalidade desta vossa casa. Em que mais os poderemos servir?
Bruno - Seria grande favor se V. Ex.a nos ensinasse o caminho para casa da Dona Redonda.
Baguezi - O excelentíssimo Bruno ignora ou esqueceu que sob o tecto de um Baguezi esse nome não pode ser pronunciado.
Iria - Porquê?
Aguezi - Os Ex.mos meninos ainda têm muito que aprender. Na casa de um Baguezi ou de um Aguezi só se fala das pessoas que obedecem às regras do bem viver.
Baguesi para a esposa - Anjo!
Bruno - Hum... Nós não sabíamos. Vimos de muito longe. V. Ex.as devem ensinar-nos, dizer-nos quais são os crimes de Dona Redonda.
Baguezi - Eles têm razão. Ana Petronilha, é dever nosso informá-los. Aqui entre nós, a Dona Redonda não é uma senhora ... é uma bola.
Aguezi - Anda vestida de ganga; balandraus de ganga! Não usa chapéu e traz multas vezes os pés nus em sandálias. E isto seja lá diante de quem for!
Baguezi - E tem uma filha adoptiva que faz bonecos de pau sem pés nem cabeça. Sim, senhor! Sem pés nem cabeça!
Aguezi - E... Oh!... Disseram-nos que dançam as duas defronte de casa com um macaco que parece uma mulatinha e que trepa às árvores, e... que horror!... com dúzias de cães de pernas tortas... e com as crianças que adoptam...
Baguezi - E Dona Redonda não tem preceitos nem decoro. Leva tudo a rir. E... conversa com os animais!
Aguezi - Domesticou um dragão que devora tudo que encontra ...
Iria - Um dragão?!
Bruno - Mas não há dragões!
Aguezi - Pois eu já o vi ...



(continua outro dia)

domingo, 5 de outubro de 2008

Estrelinha

Eu vejo do meu quarto de dormir
uma estrelinha
miudinha
a luzir...
Mas se o Sol é tão grande
e tanto brilha,
a estrelinha
miudinha
é certamente sua filha.
E enquanto o Pai-Sol,
enorme,
dorme,
ela vai passear
todas as noites...
Quando o Pai-Sol acordar,
a estrelinha
miudinha
leva açoites
e vai-se logo deitar.
Sidónio Muralha
Ilustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dona Redonda

Era uma vez uma grande charneca a perder de vista, sem árvores, sem casas, sem culturas, sem água. Só terra dura e seca, mato raso, pedregulhos.
No meio da charneca havia um monte. Chamavam-lhe o Toutiço por ser redondo como a cabeça de um homem. e no cimo do Toutiço lá estava a hospedaria da Dona Catapulta que era a dona do Toutiço todo, de alto a baixo. O Toutiço era tão fresco e verdejante quanto a charneca era ressequida e agreste.
Havia ali ribeirinhos, lagozinhos, jardinzinhos, hortazinhas, vergeizinhos, bosquezinhos e, à sombra, banquinhos, cadeirinhas e mesinhas.
A hospedaria era toda ela torres e torrezinhas, varandas e varandinhas, janelas e janelinhas, escadas e escadinhas, alpendres e toldozinhos.
E por dentro havia quartos e quartinhos, salas e salinhas, cantos e cantinhos, tudo muito asseado e aproveitado e cheio de tapetes e tapetinhos, almofadas e almofadinhas, jarras e jarrinhas, quadros e quadrinhos, folhos e franjinhas, cortinas e cortininhas, enfim tudo que era preciso para agradar a quem gosta de coisinhas.
A respeito de conforto moderno, Isso então!
Ui! ui!!!
Banhos quentes, frios, mornos, turcos, duches de cima para baixo, de baixo para cima, de lado, de agulheta, de vapor, aquecimento central, aparelhos de telefonia, telefones, electricidade por todos os cantos, ventoinhas, enfim um nunca-acabar de essas comodidades que fazem dos homens carneiros, pavões e lesmas.
Mas felizmente todos estes aparelhos se escangalhavam regularmente e ninguém se servia deles.
...

Bruno - Onde é que moras?
Iria - Acolá, no Toutiço.
Bruno - O que é o Toutiço?
Iria - É um monte e, no alto, há uma hospedaria. A Hospedaria da Dona Catapulta.
Bruno - He, he, he. Toutiço... Dona Catapulta... que nomes esquisitos... Dona Catapulta é a tua mãe?
Iria - Que ideia!
...

Bruno - Deus as salve!
Mulheres em coro - Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Velha - Ainda que eu mal pergunte, onde vão os meninos com este calor?
Bruno - Vamos à floresta, além. “Vossemecês” é que podem dizer se ainda há muito que andar. Decerto conhecem estes sítios.
A velha - Conhecemos, sim, senhor. Vamos todos os meses ao mercado comprar o que é preciso e passamos por este caminho. Mesmo a cavalo não chegam à floresta senão à noitinha.
Bruno - E que mercas levam vocês aí?
Filha -- São coisas que a gente vende lá na nossa terra: frutas, queijo, broas, doces e tachos, “infusas”, bonecos de pão-doce, santinhos, coisas assim.
Bruno – Vamos comprar-vos algumas coisas para a nossa merenda. Quero 2 queijos frescos, chouriço, um pote de mel... Ha! também quero peixe seco e algumas broas doces.... Quanto devo? A velha – Sete euros e trinta cêntimos... Mas o menino dá-me dinheiro a mais.
Bruno - Bem sei. O que vai a mais é para “vossemecê” comprar um lenço novo para a cabeça e um avental para a sua filha. Um avental cor-de-rosa.
Velha - Pois muito agradecida e Deus lhes dê saúde... Se calhar, os meninos vão visitar a Dona Redonda.
Iria - Dona Redonda? Quem é? Parece-me que já ouvi falar nela.
A velha - Nem admira. Toda a gente a conhece aqui nestes sítios. Ela e a canzoada toda, que é de a gente morrer a rir, todos com as mãozitas tortas e as pernitas muito curtas, e os corpos muito compridos... Parecem mesmo chouriços a correr e a ladrar com as vozes esganiçadas e as orelhas a dar a dar...
A filha – E a Dona Redonda muito redonda, que nem uma bola, e a Dona Maluka muito esguia e toda resoluta, e os meninos ... agora só lá tenho visto um ... e a mulatinha a dançar e a cantar ... gente melhor não há. É que ninguém pode estar triste ao pé deles.
A velha - Há quem diga que são bruxas e que os cães falam com elas e os pássaros e as árvores e tudo ...
A rapariga - Há até quem diga que têm lá um grande bicharoco todo coberto de escamas e com asas, que deita lume pelas ventas... Mas são lérias, se calhar.
A velha - Lá do bicharoco, não são lérias que eu bem o vi uma vez aqui nesta charneca, a puxar um automóvel e a rir às gargalhadas ...
Bruno - Hum ...
A rapariga - Lá o bicharoco nunca vi, mas vi a mulatinha trepar pelo tronco duma árvore arriba, mais ligeira que um gato... E vi o cágado do senhor Bàguezi, que é do tamanho de um carneiro e tem muitas figuras pintadas nas costas, e fala como um papagaio...
A velha - Cala a boca. A gente às vezes sonha coisas e cuida que é verdade. Há quem diga que lá na floresta tudo acontece de um modo esquisito e que anda por ali bruxaria. Mas cá por mim nunca lá encontrei senão boa gente... E vamo-nos embora, cachopa, que por este andar não nos acolhemos em casa senão de noite...
(continua nos próximos dias)


de "As Aventuras da Dona Redonda "
Texto de:
Virgínia de Castro e Almeida

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Marilu Micifu

MARILU MICIFU

Era uma vez um gato
chamado

Marilu Micifu


De noite caçava ratos
De dia dormia ao sol
e caçava moscas



Sempre que chovia
O gato Marilu Micifu
Desaparecia
Onde está esse gato?
Onde está esse gato?
E ninguém sabia.



Veio uma senhora
com uma vassoura e um sapato
Para atirar ao gato.
Vem cá gato feio
Vem cá
Mas o gato Marilu Micifu
andava longe e não veio

continua

Marilu Micifu 2


Veio um senhor
com um ralador e um sapato
para atirar ao gato.
- Vem cá gato feio
- Vem cá
Mas o gato Marilu Micifu
andava à caça e não veio


Veio um menino pequenino
com um gafanhoto para oferecer.
Quem quer este gafanhoto?
Quem quer?

Então é que o gato Marilu Micifu
voltou a correr
pelos quintais e pelas árvores.

Não quero esse gafanhoto
que tem pernas de alicate
Quero é arroz de tomate
e um bifinho grelhado.
Bem passado.

Estavam ambos a comer
quando começa a chover.
Vais fugir gatinho?
Não que estou aqui muito quentinho.

MARILU MICIFU
Texto de: Violeta Figueiredo
Ilustrações, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz