segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dona Redonda 3

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Iria acordou. Levantou-se devagarinho para não acordar o Bruno e saiu da cabana.... chegou a uma clareira que estava apinhada de bichos. Todos falavam e andavam de um lado para o outro, muito agitados. Tão agitados que nem deram pela Iria.
Iria - Eu não sou medrosa nem esquisita com os bichos. Vou-me sentar ali num tronco seco.
1º Morcego - Eu bem te disse que isto tinha que ver.
2º Morcego - O que é que eles querem?
1º Morcego - Eu sei lá! Nem eles sabem. São as raposas que lhes encheram as cabeças de “carapetões”. Olha, lá está a rainha delas, a senhora Fedúncia...
Gato Bravo - Silêncio. Vai falar o Senhor Lagartão!
Senhor Lagartão - Camaradas! Estamos aqui reunidos para combinarmos a melhor maneira de endireitar o mundo.
A bicharada toda - Bravo! Bravo! Apoiado! Vamos endireitar o mundo!
Senhor Lagartão - Vamos primeiro ver o que está torto, é preciso que não haja tirania. Os milhafres querem tomar conta da floresta. Manda quem não deve mandar. Quem manda tem de ser mandado. Quem não manda tem de mandar...
Milhafre – Vejam como a senhora Fedúncia está a ensinar a lição o Senhor Lagartão! Ela governa todos os bichos fracos e parvos, pelo medo, pela manha e pela intrujice. Pela mentira e pela manha tem ela conseguido um grande poder na floresta. Eu não sei mentir nem intrujar. Mas tenho este bico e estas garras e sei servir-me deles.
Morcego - Aquele é o rei dos milhafres. Chama-se senhor Violento.
Senhora Fedúncia - Mas isso é crueldade, meu amigo. É violência. Nada se deve fazer senão pela doçura, pela bondade, pela justiça. Assim o quer a civilização e o progresso.
Bichos Malcheirosos, ratos, os lagartos, as cobras, e muitas lesmas e minhocas - Viva a civilização e o progresso! Viva a Liberdade! Abaixo a tirania!
Outros bichos - Viva a ordem! Viva quem sabe mandar!
Senhora Fedúncia- Tudo quanto faço é por bem; é sempre a pensar na felicidade dos outros; é para os proteger e os defender. Nós, raposas, somos a polícia e a justiça da floresta.
Bichos Malcheirosos – Viva! Viva!
...
(continua)
de "As Aventuras da Dona Redonda
"Texto de:Virgínia de Castro e Almeida

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lenda de São Martinho


Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França.
Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo.
Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam.
De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola.
Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre.
Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão!
Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.

Provérbios - São Martinho













  • No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
  • Dia de S. Martinho vai à loja e prova o vinho.
  • A cada porco vem o seu S. Martinho.
  • As geadas de S. Martinho levam a carne e o vinho.
  • Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
  • Dos Santos a S. Martinho são nove dias de pão e vinho.
  • Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
  • Em Novembro S. Martinho vai à adega e prova o vinho.
  • Em Novembro S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
  • Em Novembro se queres pasmar teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
  • Novembro pelo S. Martinho, nem nado, nem cabecinho.
  • No dia de S. Martinho fura-se o pipinho, mas quem for honrado já o deve ter furado.

Roubado ao Blog do Piolho da Solum