terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A verdadeira História do Pai Natal

O Pai Natal tem vários nomes dependo do país e cultura, mas independentemente do nome que ele recebe, trata-se sempre de S. Nicolau, um senhor muito simpático e generoso, que nasceu no ano de 350 d.C., em Patara. Depois de viajar por muitos sítios, S. Nicolau decidiu ir viver em Mira, onde anos mais tarde tornou-se bispo da Igreja Católica. Muitos milagres lhe são atribuídos e grande parte destes relacionam-se com a doação de presentes. Ele, hoje, ainda é vivo já que a sua Fonte de Vida é a crença das pessoas na sua existência, quando ninguém mais acreditar no Pai Natal é quando ele morre!
Actualmente ninguém sabe ao certo onde é que o Pai Natal vive, uns dizem que é na Noruega, outros dizem que é na Finlândia e ainda outros dizem que ele vive no Pólo Norte. A verdade é que o Pai Natal não quer que ninguém saiba onde é que ele mora, para conseguir trabalhar sem ser incomodado, pois o seu trabalho não se resume a distribuir os presentes na noite de Natal, é também necessário fazer os presentes, saber o que cada criança pediu e o que cada uma realmente merece.
O Pai Natal tem uma lista, que actualmente já é computorizada, de todas as crianças do mundo. O Pai Natal e os seus ajudantes, os duendes, através dessa lista sabem onde é que cada criança mora e assim podem observar o seu comportamento ao longo do ano.
Para conseguir entregar todos os presentes numa só noite, o Pai Natal tem de usar a sua magia, tanto o seu trenó como as suas renas são mágicas. As renas do Pai Natal são nove: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder, Blitze e Rodolfo. A rena que lidera o trenó é o Rodolfo, já que este tem um nariz brilhante que ilumina todo o caminho.
Para mandar a tua carta ao Pai Natal podes utilizar 3 métodos diferentes:
• Enviar pelo correio:
• Enviar um e-mail pela Internet;
• Simplesmente deixar a tua carta no presépio de tua casa (o Pai Natal ou um dos seus ajudantes vai lá busca-la).
Independentemente do método que escolheres deves sempre dizer aos teus pais quais são os presentes que queres, porque às vezes os ajudantes do Pai Natal são desorganizados e perdem as cartas. Quando isso acontece, o Pai Natal manda um dos seus ajudantes ir perguntar aos teus pais o que é que tu pediste.
Por vezes os meninos recebem presentes que não corresponde ao que pediram, isso acontece por vários motivos:
• Não te portastes bem e o Pai Natal acha que tu não mereces o que pediste;
• A tua lista é muito grande e o Pai Natal não te pode dar tudo o que pediste, pois ele também tem de dar presentes aos outros meninos;
• O Pai Natal não dá presentes que os teus pais não te dariam (exemplo: brinquedos perigosos).
Quando o Natal acaba, o Pai Natal vai de férias com a Mãe Natal, afinal ele trabalhou muito e tem de recuperar as suas forças para no próximo ano voltar a preparar tudo para que o Natal seja um sucesso.

fonte: Natal no sapo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A NOITE DE NATAL


Acorda, pequeno rei!
Estremunhado, o pequeno rei esfrega os olhos e senta-se na cama. Nisto bate com o nariz num lenço atado na ponta de um fio que pende do tecto.
— Ah, o lenço! De que é que não me queria esquecer?
Tu querias abrir a porta, pequeno rei.
O pequeno rei desliza descalço até à porta do quarto.
— Está bem assim? — pergunta, abrindo a porta.
Não, não é uma porta qualquer. É uma especial, a última! Pensa, pequeno rei!
— Já sei! — Corre para a biblioteca e pára em frente de um quadro.
Até que enfim! Estás no local certo.
O pequeno rei abre a última portinha do calendário do Advento, a do número 24. Bate palmas entusiasmado, e já está completamente acordado.
— Oh, que maravilha! Então hoje é Noite de Natal! Será que a árvore já está feita? Vamos lá ver.
Aos saltos de contente, dirige-se à porta da sala e tenta rodar a maçaneta da porta. Está fechada à chave.
O pequeno rei espreita pelo buraco da fechadura.
Nada de espiar, pequeno rei! Esta porta só se abre quando o sino tocar.
— Então ainda tenho de esperar muito tempo! Tempo de mais, até!
O pequeno rei dá meia volta e corre em direcção à porta da entrada.
Ei! Onde é que tu vais? Ainda estás em pijama!
— Está bem, pronto, eu visto-me primeiro.
Após alguns minutos, já está lá fora a esbracejar.
— Estão aqui rastos de trenó! Ah, apanhei-o! Está aqui! O Pai Natal está aqui, na minha sala!
É possível. De certeza que está a preparar tudo para a Noite de Natal.
— Oh, tenho de ver isso! — exclama o pequeno rei, correndo para a janela. — Talvez consiga ver alguma coisa pelo lado de fora.
Tem paciência, pequeno rei.
— Ora, deixa-me em paz! Eu quero saber tudo, tudinho!
Com cuidado, o pequeno rei põe-se em bicos de pés para chegar ao parapeito exterior da janela. Mais acima! Mais um bocadinho… Zum! A persiana desce.
Aí está! Tem mesmo de ser uma surpresa.
Agora, o pequeno rei sente-se ofendido.
— Assim não, querido Pai Natal! Eu não deixo que me ponham de fora!
Sai dali a correr e desaparece na arrecadação.
Em que é que estás a pensar desta vez? Acalma-te. Até à distribuição dos presentes, o tempo passa depressa.
O pequeno rei não responde. Em vez disso, sai da arrecadação, arrastando pela neve uma escada enorme, que encosta contra o muro do palácio.
Pára com isso imediatamente!
Sobe para o telhado e senta-se diante da chaminé. Também tem uma cana de pesca com ele.
— Agora, vou pescar algumas bolachas de Natal. No meu palácio, eu faço o que quero.
E deixa cair o fio de pesca pela chaminé abaixo. Depois, dá à manivela e volta a puxar.
— Hurra! Uma estrela de canela! Humm, destas é que eu gosto. Vamos lá repetir de novo.
O pequeno rei pesca mais bolachas de Natal.
— Oh, uma bolachinha de baunilha! Que maravilha! Que delícia! Este lugarzinho é mesmo um esconderijo calmo e escondido. Um lugarzinho com muitas bolachinhas, ah, ah, ah!
Felicíssimo, o pequeno rei põe-se a dar saltos e a rir.
Isso não tem graça nenhuma, pequeno rei. E não andes assim aos saltos, presta atenção. Cuidado! Oh, não! Escorregou, já não o consigo ver!
O pequeno rei escorrega do telhado, cai ruidosamente sobre um monte de neve e, em seguida aterra-lhe em cima neve do telhado. Já não se vê mais nada dele.
Onde estás, pequeno rei? Ainda estás vivo? Responde!
Mas ninguém responde. Em frente do palácio só está um boneco de neve.
Ei, boneco de neve, sabes onde está o pequeno rei?
— Enterrado — responde o boneco de neve. E grita depois: — Ajuda-me, Grete!
Vem aí o cavalo preferido do pequeno rei. Fareja o boneco de neve e empurra-o ligeiramente:
— Hiiii!!
Oh! Dentro do boneco de neve está escondido o pequeno rei! Grete, ele está a bater os dentes! Vai enregelar cá fora na neve.
— E…est… está mm… mui…to fffrio .
Grete agarra o pequeno rei pela ponta das calças e leva-o para o estábulo. Deita o amigo com cuidado na manjedoura e cobre-o com palha.
— Ah, Grete, que amorosa que tu és – suspira satisfeito o pequeno rei.
Olha, vem aí mais alguém. O esquilo Arbustinho trouxe-te uma noz.
— É muito boa.
E o cão au-au dá-te o seu osso preferido.
O pequeno rei arregala os olhos.
— Bem, talvez mais tarde, para a sopa.
O gato trouxe-te um cobertor e o Piu Piu vai cantar-te uma canção.
— Que simpático! E é tão natalício!
Muito bonito, até parece um presépio de Natal: palha na manjedoura, o boi e o burro ao lado…
— Como? – o pequeno rei e a Grete fazem uma cara de indignados.
Bem… não: o rei e o cavalo. Ainda tens frio?
— Está melhor. É quentinho e faz coceguinhas boas. É agradável.
Dlim-dlão! Grete e o pequeno rei esticam os pescoços.
O sino de Natal está a chamar para a distribuição das prendas.
Dlim-dlão.
Com um salto, o pequeno rei sai da manjedoura.
— Ah, até que enfim! Agora vai começar.
Com mais calma, pequeno rei.
Corre para o palácio direito à árvore de Natal. Que bonita está! Ainda mais do que no ano passado. Todas as velas ardem, a grinalda reluz, e nos ramos estão penduradas figurinhas de madeira e bolachinhas redondas.
— E aqui estão as prendas.
Há também um prato com bolachas em cima da mesa posta. Hum, que bem que cheira o assado de Natal.
O pequeno rei mete à boca uma bolacha e abre a primeira caixa.
— Estou tão nervoso. O que haverá lá dentro? Oh, um jogo de xadrez novo.
Ei, alguém bate à porta. Ora vê quem está à janela: os teus amigos do estábulo. Eles também estão curiosos.
O pequeno rei abre outra prenda sem prestar atenção ao que lhe dizem.
— Ah, deixa-me em paz, tenho de desembrulhar as prendas.
O que haverá dentro desta caixa? Oh, um lenço com um nó!
— Mas isto não é nenhuma prenda a sério! Será que me tornei a esquecer de alguma coisa?
Com certeza! Afinal querias abrir uma porta! A porta mais importante do Natal. Tu já sabes…
O pequeno rei ri:
— Claro, um rei sabe sempre tudo!
Corre para a porta principal e abre-a. Todos os animais estão na entrada e olham-no com expectativa. Pouco tempo depois, já todos estão sentados a comer debaixo da árvore de Natal.
— Ora prova lá esta bolacha com açúcar!
— Hiiii.
— Miaauuu.
— Claro que podes comer as da árvore!
Todos riem, estão felizes e dividem entre si as bolachas e o assado.
Bom, então um feliz Natal a todos!

Hedwig Munck
Plauen, Junge Welt, 2002
no “Clube de Contadores de Histórias”

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dona Redonda 3

...
Iria acordou. Levantou-se devagarinho para não acordar o Bruno e saiu da cabana.... chegou a uma clareira que estava apinhada de bichos. Todos falavam e andavam de um lado para o outro, muito agitados. Tão agitados que nem deram pela Iria.
Iria - Eu não sou medrosa nem esquisita com os bichos. Vou-me sentar ali num tronco seco.
1º Morcego - Eu bem te disse que isto tinha que ver.
2º Morcego - O que é que eles querem?
1º Morcego - Eu sei lá! Nem eles sabem. São as raposas que lhes encheram as cabeças de “carapetões”. Olha, lá está a rainha delas, a senhora Fedúncia...
Gato Bravo - Silêncio. Vai falar o Senhor Lagartão!
Senhor Lagartão - Camaradas! Estamos aqui reunidos para combinarmos a melhor maneira de endireitar o mundo.
A bicharada toda - Bravo! Bravo! Apoiado! Vamos endireitar o mundo!
Senhor Lagartão - Vamos primeiro ver o que está torto, é preciso que não haja tirania. Os milhafres querem tomar conta da floresta. Manda quem não deve mandar. Quem manda tem de ser mandado. Quem não manda tem de mandar...
Milhafre – Vejam como a senhora Fedúncia está a ensinar a lição o Senhor Lagartão! Ela governa todos os bichos fracos e parvos, pelo medo, pela manha e pela intrujice. Pela mentira e pela manha tem ela conseguido um grande poder na floresta. Eu não sei mentir nem intrujar. Mas tenho este bico e estas garras e sei servir-me deles.
Morcego - Aquele é o rei dos milhafres. Chama-se senhor Violento.
Senhora Fedúncia - Mas isso é crueldade, meu amigo. É violência. Nada se deve fazer senão pela doçura, pela bondade, pela justiça. Assim o quer a civilização e o progresso.
Bichos Malcheirosos, ratos, os lagartos, as cobras, e muitas lesmas e minhocas - Viva a civilização e o progresso! Viva a Liberdade! Abaixo a tirania!
Outros bichos - Viva a ordem! Viva quem sabe mandar!
Senhora Fedúncia- Tudo quanto faço é por bem; é sempre a pensar na felicidade dos outros; é para os proteger e os defender. Nós, raposas, somos a polícia e a justiça da floresta.
Bichos Malcheirosos – Viva! Viva!
...
(continua)
de "As Aventuras da Dona Redonda
"Texto de:Virgínia de Castro e Almeida

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lenda de São Martinho


Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França.
Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo.
Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam.
De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola.
Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre.
Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão!
Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.

Provérbios - São Martinho













  • No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
  • Dia de S. Martinho vai à loja e prova o vinho.
  • A cada porco vem o seu S. Martinho.
  • As geadas de S. Martinho levam a carne e o vinho.
  • Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
  • Dos Santos a S. Martinho são nove dias de pão e vinho.
  • Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
  • Em Novembro S. Martinho vai à adega e prova o vinho.
  • Em Novembro S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
  • Em Novembro se queres pasmar teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
  • Novembro pelo S. Martinho, nem nado, nem cabecinho.
  • No dia de S. Martinho fura-se o pipinho, mas quem for honrado já o deve ter furado.

Roubado ao Blog do Piolho da Solum

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O MACACO E O ESPELHO

O macaco viu-se ao espelho,
Chamou os outros macacos,
Todos quiseram o espelho,
e o espelho ficou em cacos...
O macaco, zangadinho,
Mordeu os outros macacos
Logo os macacos mordidos
Pelo macaco sem caco
lhe saíram ao caminho,
e muito, muito ofendidos,
agarraram o macaco
e puxaram-lhe o rabinho.
Tudo por causa dum espelho...
O espelho ficou em cacos,
Ficou o macaco sem espelho
e zangaram-se os macacos.

Sidónio Muralhailustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A pequena bruxinha e os seus óculos mágicos

As bruxinhas são meninas como as outras. Nem sempre estão em forma, nem sempre têm vontade de rir, de meter medo às pessoas, ou de adormecer belas princesas.
Também lhes acontece terem gripe, ou otites, ter dores nos pés por causa de sapatos novos, ou dores de barriga por terem comido demasiado guisado de gato preto ou creme de abóbora.
Algumas são muito tímidas; outras roem as unhas, ou têm vertigens quando estão em cima da vassoura.
Ninguém fala delas nos livros de histórias, porque estão escondidas em casa.
Conheci uma que era tão míope que não via mesmo nada. Nem sequer um palmo diante dela. Tudo lhe parecia turvo como uma nuvem de fumo. Por causa da sua miopia, esta feiticeirinha já tinha tido acidentes de vassoura terríveis.
Um dia, em plena tempestade, tinha-se enfiado num relâmpago e chegou a casa toda pretinha. Numa outra ocasião, tinha falhado uma aterragem e tinha caído em plena sala de aula, em cima da cabeça da professora.
Também estivera no centro de um ciclone, enquanto as outras colegas fugiam dele a sete pés.
Por ver tudo nebuloso, mal conseguia ler o Grande Livro de Magia, o que lhe acarretava imensos problemas quando tinha de lançar sortilégios.
Tinha transformado o seu fiel gatinho num banco cor de laranja; tinha oferecido à irmã um ramo de cardos a julgar que eram rosas, e os cardos tinham transformado a irmã num pulgão; no Dia do Pai, oferecera uma garrafa de licor mágico ao pai, e o licor transformou-o em sapo. A mãe tinha tido que preparar um antídoto em cinco segundos, antes que alguém o pisasse.
— Já chega! — disse a mãe, um dia. Vou levar-te ao médico e ele vai receitar-te um belo par de óculos.
— Nunca — disse a feiticeirinha que, como todas as bruxinhas, era muito vaidosa.
— Vão rir-se de mim na escola Nunca se viu uma feiticeira de óculos. Nem a feiticeira Camomila, nem a madrasta da Branca de Neve, que era feíssima, mas tinha olhos de lince. Nem sequer a madrinha má da Bela Adormecida. Eram más, mas viam bem.
— Sofriam de outras coisas. A madrasta da Branca de Neve tinha um torcicolo horrível. A feiticeira Camomila tem o nariz vermelho e é um pouco surda. Tens sorte, tu. Vais ter um belo par de óculos e todos te invejarão. Serás a mais dotada das feiticeiras!
A bruxinha escolheu um bonito par de óculos, amarelos e redondos como dois sóis.
Agora até sentia que trazia luz nos olhos. Redescobriu o mundo que a rodeava. Como era muito míope, nunca tinha visto os olhos do seu gato preto a brilhar, o sorriso da sua mãe a cintilar, ou o seu pai a cofiar o bigode. Do alto da sua vassoura, a centenas de quilómetros da terra, conseguia ver tudo até ao mais ínfimo pormenor: as crianças que estudavam, ao mesmo tempo que sonhavam voar como pássaros; a professora que pensava no noivo, enquanto lia um ditado, um velhinho muito triste, porque o seu gato desaparecera.
É que agora a feiticeirinha conseguia ver o que os outros não viam. Até parecia que tinha óculos mágicos…
Como era belo o mundo! Aprendeu a fazer coisas fantásticas: devolveu o gato ao velhinho, transformou as lágrimas em sorrisos, as pedrinhas em bombons, as professoras em fadas, e os sapos em príncipes.
Tudo isto rendeu-lhe um “Excelente” na caderneta escolar. As colegas ficaram muitíssimo invejosas. Diziam, despeitadas:
— São óculos mágicos, óculos de fada!
É um facto que as feiticeirinhas só sonham em transformar-se em pequenas fadas. Assim, todas pediram às mães:
— Compra-me uns óculos! Não vejo nada!
E a feiticeirinha ria à socapa.
Ela sabia que não se tinha transformado em fada. Mas podia compreender tudo e ver tudo o que não compreendera nem vira antes. Tinha olhos de lince e podia agora admirar a beleza do mundo.
Às vezes, tirava os óculos. Tirava-os quando lhe apetecia ficar longe do mundo, repousar, ficar sem ver tudo e sem compreender tudo. Contudo, quando queria transformar-se na melhor das feiticeiras, quando queria aprender truques engraçados que ajudassem as pessoas, voltava a pôr os óculos mágicos.
Escusado será dizer que nunca mais aterrou em cima da cabeça das professoras.

Sophie Carquain
Cent histoires du soir
Paris, Ed. Marabout, 2000
fonte: Clube dos contadores de histórias

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

GIRAFA

Tenho pena da girafa
De pescoço grandalhão:
- Como é que a pobre se abafa,
tendo uma constipação?

Coitadinha da girafa!

Quando eu me constipo, posso
arranjar um cachecol.
Mas com aquele pescoço...
Safa!
Pobre da girafa!

- Vou oferecer-lhe um lençol.
Leonel Neves

ilustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dona Redonda 2

(continuação de outra msg anterior)

Iria e Bruno espreitam pelas grades de um jardim da casa à banda...

Iria - Que esquisito! Nunca vi uma casa assim.
Bruno - Até parece que a gente tem um defeito nos olhos, e vê tudo torto.
Bú pescando de um lago –



Úni, Úni, Úni,
Úni, dois e três,
Eram dois amigos
Compraram uma rês.
Depois dela morta,
Contaram vinte e três.
Úni, Úni, Úni,
Úni, dois e três,
Eram dois amigos
Compraram uma rês.
Depois dela morta,
Contaram vinte e três.



Caracol – Ui! que lá vem a Recantamplana!
Iria - É um cágado.
Recantanplana - U ... é! U ... é! Que é isto? Que é isto?!!!! Visitas! Visitas! Não tem olhos na cara, seu espantalho?
Bú- Espantalho será ela ... Vida de escravo... Nem a gente pode pescar com sossego... Não há liberdade... Mas há-de acabar. Olé! E a Recantamplana há-de ir ao ar com um foguete de sete respostas no rabo! Olé!
Búzi – Bú! Ó Bú!
Bú- Não posso lá ir! Cala a boca! Visitas! ... Queiram Vossas Excelências desculpar. Sejam Vossas Excelências muito bem-vindas. Dignem-se entrar. Aqui as visitas ou entram ou saem, aqui as visitas ou entram ou saem, aqui as visitas ou entram ou saem.
Bruno - Não somos visitas.
Bú - Ah se não são visitas! Então são mendigos. Aqui os mendigos ou entram ou saem, aqui os mendigos ou entram ou saem, aqui os mendigos ou entram ou saem.
Bruno – Não. Não, somos mendigos.
Bú – Ah! não são mendigos! Então são fornecedores. Aqui os fornecedores ou entram ou ... Já não percebo nada.
Bú – Búzi! Ó Búzi!
Búzi -.... Ora essa. Façam favor, façam favor, Excelências. Aqui as visitas nem entram nem saem.
Bruno - Não somos visitas.
Búzi - E que tem isso? Se não são visitas, são mendigos ou fornecedores. Aqui os mendigos e os fornecedores não entram nem saem.
Bruno - Nem visitas, nem mendigos, nem for­necedores. Só queríamos que...
Bú - Vês, Búzi? Aqui é que torce a porca o rabo.
Búzi – Não se fala de porcos sem se dizer “com licença”.
Bú - E tu já trocaste tudo. Não se diz não entram nem saem. Diz-se, ou entram ou saem.
Búzi - Não façam caso, Excelências. Ele não sabe o que diz.Aguesi – Búzi! Búzi! Então a carruagem!


Aguesi - Sejam muito bem-vindos. Queiram entrar.
Baguezi - Não sabemos quem são, mas é exactamente como se soubéssemos. Queiram consi­derar esta casa como sua.
Baguezi - Hão-de Vossas Ex.as notar a originalidade desta vivenda. Os grandes fidalgos hoje em dia têm de inventar sinais que marquem a sua categoria. Assim, pela minha parte, adoptei este sinal: Tudo à banda!
Iria - Pois é. Mas faz tonturas de cabeça, não faz?
Baguezi - Faz, mas é bom que ao entrar no solar de um fidalgo, toda a gente tenha tonturas de cabeça. ... Antes de mais nada, permitam-me Vossas Ex.as que me apresente e à minha ilustre esposa. Eu sou Fernando Augusto Simão Jaime Esculápio Baguezi; e ela é Ana Petronilha Anunciada Ambrósia Jerónima Aguezi. Com isto não é preciso dizer mais nada. Ali na carapaça da Recantamplana estão gravados os nossos brasões reunidos. Lá estão os célebres carneiros de chifres retorcidos dos Aguezis e os memoráveis texugos coroados deste seu criado.
Bruno - O brasão está muito bem pintado e o verniz parece de excelente qualidade.
Aguezi tocando uma campainha - A quem tenho o prazer e a honra de falar?
Iria - Eu sou a Iria.
Bruno - Eu sou o Bruno.
Aguezi - Lindos nomes. E de onde vêm?
Bruno - Vimos de muito longe, de muito longe... Andamos hoje todo o dia a cavalo para chegar a esta floresta.
Baguezi –Vê, Ana Petronilha, vê como a nossa fama anda espalhada pelo mundo? Uma jornada destas para nos virem ver!
Bruno – Hum...
Búzi e Bú entrando
Bú - Vê, Excelência? Eu cá entendi logo que a campainha era para os bolos.
Búzi - Mentira, seu trapalhão! Eu é que disse primeiro.
Bú - E quem se lembrou das groselhas?
Búzi - Já se vê que fui eu, seu intrujão das dúzias.
Bú - Intrujona é você!
Baguezi –Basta!!!!!!!!!!! Espero que não digam mal da afamada hospitalidade desta vossa casa. Em que mais os poderemos servir?
Bruno - Seria grande favor se V. Ex.a nos ensinasse o caminho para casa da Dona Redonda.
Baguezi - O excelentíssimo Bruno ignora ou esqueceu que sob o tecto de um Baguezi esse nome não pode ser pronunciado.
Iria - Porquê?
Aguezi - Os Ex.mos meninos ainda têm muito que aprender. Na casa de um Baguezi ou de um Aguezi só se fala das pessoas que obedecem às regras do bem viver.
Baguesi para a esposa - Anjo!
Bruno - Hum... Nós não sabíamos. Vimos de muito longe. V. Ex.as devem ensinar-nos, dizer-nos quais são os crimes de Dona Redonda.
Baguezi - Eles têm razão. Ana Petronilha, é dever nosso informá-los. Aqui entre nós, a Dona Redonda não é uma senhora ... é uma bola.
Aguezi - Anda vestida de ganga; balandraus de ganga! Não usa chapéu e traz multas vezes os pés nus em sandálias. E isto seja lá diante de quem for!
Baguezi - E tem uma filha adoptiva que faz bonecos de pau sem pés nem cabeça. Sim, senhor! Sem pés nem cabeça!
Aguezi - E... Oh!... Disseram-nos que dançam as duas defronte de casa com um macaco que parece uma mulatinha e que trepa às árvores, e... que horror!... com dúzias de cães de pernas tortas... e com as crianças que adoptam...
Baguezi - E Dona Redonda não tem preceitos nem decoro. Leva tudo a rir. E... conversa com os animais!
Aguezi - Domesticou um dragão que devora tudo que encontra ...
Iria - Um dragão?!
Bruno - Mas não há dragões!
Aguezi - Pois eu já o vi ...



(continua outro dia)

domingo, 5 de outubro de 2008

Estrelinha

Eu vejo do meu quarto de dormir
uma estrelinha
miudinha
a luzir...
Mas se o Sol é tão grande
e tanto brilha,
a estrelinha
miudinha
é certamente sua filha.
E enquanto o Pai-Sol,
enorme,
dorme,
ela vai passear
todas as noites...
Quando o Pai-Sol acordar,
a estrelinha
miudinha
leva açoites
e vai-se logo deitar.
Sidónio Muralha
Ilustração, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dona Redonda

Era uma vez uma grande charneca a perder de vista, sem árvores, sem casas, sem culturas, sem água. Só terra dura e seca, mato raso, pedregulhos.
No meio da charneca havia um monte. Chamavam-lhe o Toutiço por ser redondo como a cabeça de um homem. e no cimo do Toutiço lá estava a hospedaria da Dona Catapulta que era a dona do Toutiço todo, de alto a baixo. O Toutiço era tão fresco e verdejante quanto a charneca era ressequida e agreste.
Havia ali ribeirinhos, lagozinhos, jardinzinhos, hortazinhas, vergeizinhos, bosquezinhos e, à sombra, banquinhos, cadeirinhas e mesinhas.
A hospedaria era toda ela torres e torrezinhas, varandas e varandinhas, janelas e janelinhas, escadas e escadinhas, alpendres e toldozinhos.
E por dentro havia quartos e quartinhos, salas e salinhas, cantos e cantinhos, tudo muito asseado e aproveitado e cheio de tapetes e tapetinhos, almofadas e almofadinhas, jarras e jarrinhas, quadros e quadrinhos, folhos e franjinhas, cortinas e cortininhas, enfim tudo que era preciso para agradar a quem gosta de coisinhas.
A respeito de conforto moderno, Isso então!
Ui! ui!!!
Banhos quentes, frios, mornos, turcos, duches de cima para baixo, de baixo para cima, de lado, de agulheta, de vapor, aquecimento central, aparelhos de telefonia, telefones, electricidade por todos os cantos, ventoinhas, enfim um nunca-acabar de essas comodidades que fazem dos homens carneiros, pavões e lesmas.
Mas felizmente todos estes aparelhos se escangalhavam regularmente e ninguém se servia deles.
...

Bruno - Onde é que moras?
Iria - Acolá, no Toutiço.
Bruno - O que é o Toutiço?
Iria - É um monte e, no alto, há uma hospedaria. A Hospedaria da Dona Catapulta.
Bruno - He, he, he. Toutiço... Dona Catapulta... que nomes esquisitos... Dona Catapulta é a tua mãe?
Iria - Que ideia!
...

Bruno - Deus as salve!
Mulheres em coro - Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Velha - Ainda que eu mal pergunte, onde vão os meninos com este calor?
Bruno - Vamos à floresta, além. “Vossemecês” é que podem dizer se ainda há muito que andar. Decerto conhecem estes sítios.
A velha - Conhecemos, sim, senhor. Vamos todos os meses ao mercado comprar o que é preciso e passamos por este caminho. Mesmo a cavalo não chegam à floresta senão à noitinha.
Bruno - E que mercas levam vocês aí?
Filha -- São coisas que a gente vende lá na nossa terra: frutas, queijo, broas, doces e tachos, “infusas”, bonecos de pão-doce, santinhos, coisas assim.
Bruno – Vamos comprar-vos algumas coisas para a nossa merenda. Quero 2 queijos frescos, chouriço, um pote de mel... Ha! também quero peixe seco e algumas broas doces.... Quanto devo? A velha – Sete euros e trinta cêntimos... Mas o menino dá-me dinheiro a mais.
Bruno - Bem sei. O que vai a mais é para “vossemecê” comprar um lenço novo para a cabeça e um avental para a sua filha. Um avental cor-de-rosa.
Velha - Pois muito agradecida e Deus lhes dê saúde... Se calhar, os meninos vão visitar a Dona Redonda.
Iria - Dona Redonda? Quem é? Parece-me que já ouvi falar nela.
A velha - Nem admira. Toda a gente a conhece aqui nestes sítios. Ela e a canzoada toda, que é de a gente morrer a rir, todos com as mãozitas tortas e as pernitas muito curtas, e os corpos muito compridos... Parecem mesmo chouriços a correr e a ladrar com as vozes esganiçadas e as orelhas a dar a dar...
A filha – E a Dona Redonda muito redonda, que nem uma bola, e a Dona Maluka muito esguia e toda resoluta, e os meninos ... agora só lá tenho visto um ... e a mulatinha a dançar e a cantar ... gente melhor não há. É que ninguém pode estar triste ao pé deles.
A velha - Há quem diga que são bruxas e que os cães falam com elas e os pássaros e as árvores e tudo ...
A rapariga - Há até quem diga que têm lá um grande bicharoco todo coberto de escamas e com asas, que deita lume pelas ventas... Mas são lérias, se calhar.
A velha - Lá do bicharoco, não são lérias que eu bem o vi uma vez aqui nesta charneca, a puxar um automóvel e a rir às gargalhadas ...
Bruno - Hum ...
A rapariga - Lá o bicharoco nunca vi, mas vi a mulatinha trepar pelo tronco duma árvore arriba, mais ligeira que um gato... E vi o cágado do senhor Bàguezi, que é do tamanho de um carneiro e tem muitas figuras pintadas nas costas, e fala como um papagaio...
A velha - Cala a boca. A gente às vezes sonha coisas e cuida que é verdade. Há quem diga que lá na floresta tudo acontece de um modo esquisito e que anda por ali bruxaria. Mas cá por mim nunca lá encontrei senão boa gente... E vamo-nos embora, cachopa, que por este andar não nos acolhemos em casa senão de noite...
(continua nos próximos dias)


de "As Aventuras da Dona Redonda "
Texto de:
Virgínia de Castro e Almeida

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Marilu Micifu

MARILU MICIFU

Era uma vez um gato
chamado

Marilu Micifu


De noite caçava ratos
De dia dormia ao sol
e caçava moscas



Sempre que chovia
O gato Marilu Micifu
Desaparecia
Onde está esse gato?
Onde está esse gato?
E ninguém sabia.



Veio uma senhora
com uma vassoura e um sapato
Para atirar ao gato.
Vem cá gato feio
Vem cá
Mas o gato Marilu Micifu
andava longe e não veio

continua

Marilu Micifu 2


Veio um senhor
com um ralador e um sapato
para atirar ao gato.
- Vem cá gato feio
- Vem cá
Mas o gato Marilu Micifu
andava à caça e não veio


Veio um menino pequenino
com um gafanhoto para oferecer.
Quem quer este gafanhoto?
Quem quer?

Então é que o gato Marilu Micifu
voltou a correr
pelos quintais e pelas árvores.

Não quero esse gafanhoto
que tem pernas de alicate
Quero é arroz de tomate
e um bifinho grelhado.
Bem passado.

Estavam ambos a comer
quando começa a chover.
Vais fugir gatinho?
Não que estou aqui muito quentinho.

MARILU MICIFU
Texto de: Violeta Figueiredo
Ilustrações, Alunos do Jardim-de-Infância do B.º Padre Cruz

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Capa de Livro


Proposta de Trabalho para um livro

terça-feira, 22 de abril de 2008

Aquarela

De Toquinho e Vinicius de Moraes

quinta-feira, 17 de abril de 2008

LANÇAMENTO DO LIVRO “UMA AVENTURA NO EGIPTO”

Foi lançado hoje no Cenjor mais uma obra de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

Decorreu no, Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, a apresentação de mais uma história das conhecidas autoras de literatura para jovens, publicada pela Editora Caminho.

A iniciativa contou com a presença das autoras que falaram sobre a escolha do tema e as razões da escolha.

Desta vez a viagem dos protagonistas da história foi bem mais longe do que o habitual, podendo assim despertar nos jovens leitores um interesse mais alargado pelo conhecimento do mundo, e das suas maravilhas.

Prevê-se mais um sucesso de vendas.

foto de Rayuken
(não pode ser reproduzida sem autorização do autor)

Se pretende adquirir este livro sugerimos que clique no link que vem a seguir

UMA AVENTURA NO EGIPTO

José Saramago, O Contador de Histórias



Como grande escritor que é, não podia deixar de o referir neste “jovem blog” que é dedicado a este tema.

Aqui fica a referência da sua Obra:

Obras Publicadas

Como a obra está ligada à vida:

Biografia

Entre os vários prémios que recebeu, sem dúvida o mais significativo foi o Prémio Nobel da Literatura pela Real Academia Sueca.

O discurso perante a Real Academia Sueca


Pintura de Rogério Ribeiro amigo do escritor e ilustrador de algumas das suas obras

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Uma cana de pesca para o meu Avô

foto de *mangu* / Caro

Criança ajuda a capturar Lobo Mau


Perigoso lobo que ensombrava uma aldeia foi apanhado finalmente por um grupo de caçadores. Para isso contou com a ajuda de uma menina conhecida como Capuchinho Vermelho





Na passada semana quando a menina, a pedido da sua mãe, se dirigia a casa da Avó doente para lhe levar algo de comer, deparou-se com um lobo.

Apesar de a criança já ter sido avisada, respondeu ao lobo quando este a interpelou acabando por denunciar o objectivo do seu passeio.

O lobo na posse dessa informação dirigiu-se a casa da avó, comendo-a de uma só vez. Seguidamente disfarçou-se e esperou pela menina.

Quando a Capuchinho Vermelho chegou a casa da avó, ao fim de um bocado apercebeu-se do que se passava. Conseguiu então fugir a tempo, para não ter o mesmo fim da Avó.

Enquanto fugia do lobo conseguiu fazer o barulho suficiente para atrair um grupo de caçadores que por ali passava e que acabaram por fazer a referida captura.

A Capuchinho Vermelho foi informada pela Presidência da República que será agraciada no próximo 10 de Junho.

Abertura

Está aberto oficialmente o blog "era uma vez "
:-)